segunda-feira, 23 de março de 2015


Quantidade de páginas: 245
Li em: 2 dias corridos


O que achei:

O título do livro foi o que me atraiu a princípio. Tenho um "processo"que me faz decidir se compro o livro ou não. O definitivo é sempre a sinopse, mas nesse em particular a sinopse na verdade é uma passagem do livro (que só quando comecei a ler constatei ser o início), tudo isso em forma de cartão postal. Ainda não convencida sobre ela (era um tanto vaga demais), fui em busca de algum comentário que me fizesse entender um pouco melhor sobre o que se tratava a história em questão.

O comentário/crítica era do escritor e roteirista Edson Aran e ele começava sua opinião citando Alfred Hitchcock que, pessoalmente, é meu diretor de cinema favorito. Ele afirmava que o livro consistia em um "romance psicológico", um quebra-cabeças e tudo isso acontecendo na paisagem dos bairros góticos de Barcelona. Juntando essas palavras chaves e a arte da capa/contra-capa fui convencida a comprá-lo, mesmo ainda não me parecendo intenso o suficiente.

O livro possui poucos personagens, que são apresentados logo de início. Uma mulher contrata um homem para matá-la. Esse homem se chama Soares (é o único personagem principal que recebe um nome). A mulher está tomando café em um restaurante e decide seguir o homem da mesa à frente que chamou sua atenção. Sem precisar segui-lo por muito tempo, ela descobre que ele tem duas esposas; duas famílias. Uma esposa é morena e a outra é loira. E é assim que elas são chamadas o livro todo. A falta de descrição dos personagens os tornam sem carisma (a menos que se considere os filhos das esposas).

O jeito de escrever da autora me pareceu ter influência de Machado de Assis, pela prolixidade e exagero de palavras rebuscadas. A leitura não flui de maneira leve e o todo tempo você é lembrado que está diante de um livro, com as palavras "narrador" e  "personagens" sendo citadas com frequência, o que para mim, faz você se desconectar da historia. É como se fosse um poema exaustivamente longo.

Interpretei a falta de nomes dos personagens pela decisão da Mulher de morrer. Já que ela não ia viver muito, não era necessário se aprofundar em detalhes sobre mais ninguém, a não ser o Soares, que iria colocar fim em sua dor. A falta de diálogos foi outro ponto que também me incomodou, as descrições das reações eram sucintas demais, quase incompletas. As descrições sobre as paisagens também foram quase nulas.

Não me senti em um quebra-cabeças, tampouco senti a intensidade de estar em um romance psicológico (mesmo a personagem suicida sendo psicanalista). Entretanto, o desfecho da história foi bastante interessante e nada óbvio. Houve reviravoltas surpreendentes e as histórias se cruzaram de maneira quase que brilhantes.

Número de páginas: 225
Li em: 2 dias corridos


O que achei:

Duas mulheres casadas com empresários importantes e ricos estão tendo um caso com o mesmo homem misterioso. Elas não se conhecem, por isso não sabem que possuem algo em comum além do amante: a psicanalista Vera List. É Vera quem percebe que as duas estão se relacionando com o mesmo homem ao suspeitar que seus arquivos estão sendo invadidos e sendo usados para manipular as mentes de suas clientes.

Vou ter que desconstruir um pouco a história para explicar minha opinião. A intenção do homem em questão é desenvolver um novo método de assassinato que consiste em induzir o suicídio ao manipular psicologicamente a vítima. Isso por si só é fascinante, mas não achei que o autor soube conduzir essa ideia da melhor maneira. Essa "técnica" não foi bem explorada, o livro descreveu muito mais o apartamento do detetive contratado pela psicanalista do que a patologia do assassino.

Fora que só descobrimos esse método quase no fim do livro. Há muita descrição sobre os aparelhos de espionagem e derivados,  mas não muito "recheio" ou fatos que justificassem toda a operação. O final foi decepcionante, termina com um grande ponto de interrogação, mas não aquele que te faz refletir, e sim aquele que parece que o autor esqueceu de adicionar as páginas restantes.

 A sinopse promete um thriller de tirar o fôlego com narrativa eletrizante, e embora eu acredito que o enredo teria potencial para tal, a história não foi explorada pelo ângulo certo.





Li em: 3 dias (não corridos)
Quantidade de páginas: 299
Autor: Patricia Cornwell

O que achei:

No dia em que comprei esse livro havia uma grande promoção e lembro que outro exemplar da série me chamou mais atenção, mas não fazia sentido começar pelo terceiro, então peguei esse. A sinopse era curta, porém, precisa e objetiva. Me instigou bastante.

A protagonista desse e dos livros restantes é a médica legista Kay Scarpetta. Esse é sobre um serial killer de mulheres que não deixa vestígios nas cenas dos crimes e nem nos corpos, apenas uma substância brilhosa não identificada que apenas é vista com laser. Esse brilho, inclusive, foi recriado na capa do livro. Não deixo de comprar um livro se a capa é feia, mas também gosto quando a história transborda em todos os cantos, dentro e fora.

Kay é forte, independente, inteligente e não leva desaforo para casa (nem mesmo de seus superiores). Achei que a autora encontrou o ponto perfeito entre confiança e arrogância. Posso estar chutando alto, provavelmente estou, mas diria que Scarpetta é o alter ego da autora, porque sua foto, que consta no livro, inspira as mesmas sensações que a personagem.

A história possui bastante termos médicos, científicos e até sobre sistemas de computadores. Mas é tudo leve, chega até ser didático, consegui visualizar tudo que era descrito. Na verdade, é quase como se fosse a série CSI em forma de livro. A descrição dos personagens é na medida certa, os diálogos são certeiros e a história é envolvente.

A única coisa que não me apeteceu muito foi a identidade do assassino, mas talvez seja porque levei a associação do CSI sério demais, então esperava que o serial killer fosse um personagem já apresentado, e não alguém "novo". Porém o elo de ligação entre todas as vítimas foi surpreendente e diferente de tudo que já li/assisti, então não pesou muito na minha opinião.

No livro consta que a autora recebeu vários prêmios e não me espanto. Mal posso esperar para ler o próximo da série.